A recente convocatória de quatro jogadores do Valencia CF – Cristhian Mosquera, Javi Guerra, Diego López e César Tárrega – para a seleção espanhola Sub-21, que se preparam para os amistosos de março de 2025 contra a República Checa (o 21 de março) e a Alemanha (o 25 de março), causou um grande revoeiro na Comunidade Valenciana e no mundo do futebol espanhol. Este “póquer valencianista”, que tem sido destacado em capas como a de Superdeporte, não só cheia de orgulho ao clube e aos seus seguidores, mas também ressalta o renacer da cantera de Paterna, reconhecida como uma das mais produtivas da Espanha na formação de novos talentos. A seguir, apresenta-se uma análise detalhada desses jogadores, seu impacto no esporte e o fenômeno viral que surgiu em torno desta notícia até a data, 25 de março de 2025.
Contexto da notícia
A seleção Sub-21, sob a direção de Santi Denia, já garantiu seu lugar no Europeu 2025 após um 2024 impressionante, que inclui um ouro olímpico em Paris e nove vitórias em dez partidas de classificação. Agora, eles se preparam para estes amistosos como parte de seu treinamento para o torneio na Eslováquia. Um dado interessante é que quatro jogadores do Valencia CF estão na lista, anunciada em 17 de março, o que marca um marco: nenhum outro clube conseguiu trazer tantos futebolistas a esta convocatória, superando grandes como o Real Madrid, Barcelona ou Atlético. Este fato tem sido amplificado por meios como Superdeporte, que têm intitulado “O Valencia CF é a base da Sub-21”, convertendo a notícia em um fenômeno viral que ressoa em redes sociais e entre os aficionados valencianistas. Para eles, esses jovens representam um raio de esperança em uma temporada complicada para a primeira equipe, que atualmente ocupa o último lugar em LaLiga 2024-2025 sob a gestão de Peter Lim.
O impacto vai além do esporte: é um reconhecimento ao esforço da Academia VCF, que deu ao futebol espanhol figuras como David Silva, Isco ou Ferran Torres, e que agora volta a ser vista como um referente do talento emergente na Espanha. A viralidade desta história tem se alimentado da narrativa de “orgullo local” e do contraste entre o sucesso da pedreira e as dificuldades da equipe sênior, um tema que está na boca de todos na Comunidade Valenciana.
Análise dos jogadores convocados
- Cristhian Mosquera (Defensa central, 20 anos)
- Perfil técnico-táctico: Mosquera, que é colombiano mas se formou em Paterna, é uma defesa
Central moderno: tem técnica, é rápido e destaca na saída de
balão. Com seus 1,88 metros de altura, também possui excelente
leitura do jogo, o que lhe permite antecipar e cortar jogadas sem
necessidade de usar muita força física. Na temporada 2024-2025,
Média 1,9 intercepções e 3,2 recuperações por partido em LaLiga,
consolidando-se como um titular indiscutível no Valência. - Trajectória e projeção: Debutou com a primeira equipe em 2022 e, depois de destacar no Mundial Sub-20 de 2023 com a Espanha, recusou ofertas de clubes como Chelsea para ficar em Mestalla. Seu nome já soa para a absoluta, e o CIES o valora em 20,3 milhões de euros como um dos Sub-25 com maior potencial.
- Impacto na Sub-21: No amistoso contra a República Checa (2-1), foi fundamental na zaga, trazendo solidez e um passe ao longo que iniciou o gol da vitória.
- Perfil técnico-táctico: Mosquera, que é colombiano mas se formou em Paterna, é uma defesa
- Javi Guerra (Centrocampista, 21 anos)
- Perfil técnico-táctico: Guerra é um “todocampista” que destaca por sua visão, potência e capacidade de chegada. Pode ser desempenhado tanto como pivote como interior, e é conhecido por sua habilidade para conduzir o balão (com uma média de 2,1 regates bem-sucedidos por partido) e seu talento para quebrar linhas defensivas. Em LaLiga, acumulou dois gols e três assistências esta temporada, tornando-se o farol do Valência em um centro do campo que sofreu por lesões e ausências.
- Trajectória e projeção: Irrumpiou em 2022-2023 com um gol decisivo ante o Valladolid que evitou a queda, e desde então foi habitual na Sub-21. Sua maturidade precoce o coloca como candidato a dar o salto à absoluta em 2026.
- Impacto na Sub-21Contra a República Tcheca, marcou um golaço de falta direta, um tiro ao ângulo que se tornou viral e que ElDesmarque incluiu na sua lista de “golaços de falta” da Rojita.
- Diego López (Delantero/Extremo, 22 anos)
- Perfil técnico-táctico: López combina velocidade, desborde e olfato goleador. Habitual na banda direita, seu 1,76 metros não o impede de dominar o jogo aéreo (1,3 duelos aéreos vencidos por jogo). Na LaLiga, leva quatro gols e duas assistências, destacando sua mobilidade e associação com Hugo Duro.
- Trajectória e projeção: Fichado do UD Alzira em 2021, sua explosão em 2023-2024 o levou a ser titular fixo. Sua versatilidade o torna atraente para clubes estrangeiros, mas sua enraizamento ao Valência reforça seu valor simbólico.
- Impacto na Sub-21: No amistoso, assistiu a Raúl Moro em 1-0, mostrando sua capacidade para gerar perigo desde o flanco.
- César Tárrega (Defensa central, 23 anos)
- Perfil técnico-táctico: Tárrega é um central mais físico que Mosquera (1,94 metros), com fortaleza na marcagem e no jogo aéreo (2,5 duelos aéreos vencidos por jogo). Embora menos polido na saída de balão, sua carragem e colocação o tornam um complemento ideal.
- Trajectória e projeção: Debutou com a primeira equipe em 2023 e, depois de superar lesões, tem se incentivado como reposição em 2024-2025. Seu convite é um prêmio a seu registro, embora seu teto pareça mais limitado que o de seus companheiros.
- Impacto na Sub-21: Jugo os últimos 20 minutos contra a República Tcheca, trazendo segurança em um trecho de pressão rival.
A notícia viral: Dimensões e análise
- Repercussão mediática:
- Superdeporte O Valencia CF é a base da Sub-21 em 20 de março, acompanhando a capa com fotos dos quatro jogadores e uma análise de sua contribuição para a Rojita. Outros meios como Marca (“O poker valencianista que ilusiona”) e As Províncias (“Mosquera, Guerra, López e Tárrega: o futuro é agora”) amplificaram a história, destacando o contraste com a crise da primeira equipe.
- Em X, a hashtag #ADNVCF e menções ao Valencia CF acumularam milhares de interações. Posts como o de @valenciacf de 21 de março (“Mosquera, Javi Guerra e Diego López, manchetes com a Sub-21”) superaram os 10.000 likes, enquanto fãs tuitavam “La cantera salva ao Valência enquanto Lim o afunda”.
- Orgulho e narrativa local:
- Na Comunidade Valenciana, a notícia foi como um sopro de ar fresco contra a gestão de Peter Lim, que foi muito criticada pela falta de investimento e pelo colapso desportivo (o Valência ocupa o 20o lugar em LaLiga com apenas 18 pontos em 23 jornadas). A torcida vê nestes jovens um símbolo de resistência e conexão, com cânticos como “A Academia nos salvará” resonando em Mestalla.
- A viralidade nutre-se da identidade: o Valencia, um clube que sempre tem apostado por sua pedreira, está recuperando seu prestígio justo quando mais o precisa, o que deu lugar a titulares emotivos como “A alma do Valência vive em Paterna” (ElDesmarque).
- Perspectiva Nacional e Internacional:
- A nível espanhol, o poker destaca a imagem do Valência como um verdadeiro semillero de talentos, apenas superado pelo Barça (com figuras como Pedri e Gavi) na última década. A imprensa nacional o compara com os dias dourados da pedreira valencianista, lembrando jogadores como Albelda e Angulo.
- A nível internacional, a mídia como The Guardian apontaram Mosquera e Guerra como “talentos a seguir”, relacionando-os com o sucesso da Espanha nas categorias inferiores, onde conseguiram cinco campeonatos europeus Sub-21 e uma medalha de ouro olímpica.
Implicações e projecção
- Deportivo:
- Para o Valência, estes jogadores são o coração de um projeto a médio prazo. Mosquera e Guerra já se tornaram pilares da equipe, enquanto López e Tárrega estão ganhando minutos importantes. O seu desempenho na Sub-21 não só eleva o seu valor de mercado, mas também atrai a atenção de clubes como Liverpool ou Bayern, o que poderia significar uma boa fonte de renda se Lim decidir vender, embora também represente o risco de perder talento valioso.
- Na Sub-21, a sua presença reforça uma equipa que é preferida para revalidar o Europeu, com Mosquera e Guerra como possíveis líderes no campo.
- Social e cultural:
- A notícia fortaleceu o laço entre o clube e seus fãs, especialmente depois da solidariedade que mostraram os jogadores durante a DANA de outubro de 2024, quando se uniram para limpar os bairros afetados. Esta conexão emocional fez com que a história se torne viral, com vídeos de suas ações solidárias voltando a circular nas redes junto com o convite.
- O “póquer” se transformou em um símbolo de esperança, gerando debates em programas como El Chiringuito sobre se “a pedreira pode resgatar o Valência da queda”.
- Futuro:
- Se continuarem com seu bom ritmo, Mosquera e Guerra poderiam fazer sua estreia com a seleção absoluta em 2026, seguindo o exemplo de Ferran Torres. Por outro lado, López e Tárrega têm um percurso mais extenso pela frente, mas sua participação na Sub-21 lhes oferece boa visibilidade. A chave estará em como o Valência gere seu desenvolvimento no meio desta crise institucional.
Conclusão
O fenômeno do poker de jogadores do Valencia CF na Sub-21 vai além de ser apenas uma notícia esportiva; tornou-se um fenômeno viral que reflete orgulho, identidade e esperança. Cristhian Mosquera, Javi Guerra, Diego López e César Tárrega são a representação mais brilhante de uma pedreira que resplandece em meio à difícil situação atual do clube. Seu impacto na Rojita, com gols, assistências e uma sólida atuação, demonstra seu talento, enquanto a resposta dos meios e amadores eleva sua história a um relato de redenção coletiva. Em 2025, onde o Valência luta para evitar a descida, esses jovens são a prova de que, mesmo nos momentos mais escuros, o futebol espanhol continua descobrindo talentos em Paterna. Este sucesso, que se tornou viral por direito próprio, reafirma que o futuro do Valência – e talvez do futebol espanhol – depende de seus canteranos.